Archive | Novembro 2013

Então, 2013 está quase…

tchau 2013Saio para almoçar e lá estão eles. Crianças entre 5 e 12 anos de idade com uma caixinha na mão, passam entre os carros, pedem moedinhas por um natal mais feliz. – “Menino! Vai estudar!”, o menino emudecido dá um tchau para a partida e com um olhar meio distante não diz uma só palavra; então penso: estamos a menos de um mês das comemorações de final de ano. O que mudou?

O espírito natalino se aproxima e junto com a onda do consumismo começa o ciclo de compras sem fim. Mais endividamento. Nesta época o apelo comercial é maior do que o verdadeiro sentido que leva à reflexão de mais um ano concluído e os planos que estão por vir para o próximo.

Calendário de atividades 2014. Ano curto.

  • Março: Carnaval (Ou seja, janeiro e fevereiro nos preparamos para receber de “braços abertos” esta comemoração.)
  • Abril – Junho: Preparação para a Copa do Mundo e últimos detalhes para o maior evento de todos os tempos.
  • Julho – Outubro: Começamos a ser bombardeados pelas eleições.
  • Outubro – Dezembro: Chamada para 2015.

E que venham os jogos olímpicos de 2016.

2014 será um ano de muitas expectativas e que vai marcar a história do nosso país. Vamos nos planejar para que seja um ano marcante.

Tchau 2013…

Precisamos mudar para crescer

ObrasComo uma cidade dentro da região metropolitana de seu estado pode ficar duas décadas estagnada? Pois bem, Jaboticatubas, a 64 quilômetros da capital, com pouco mais de 18.500 habitantes, com inúmeras riquezas, uma cultura religiosa forte e reconhecida, grandes pontos turísticos, rios, cachoeiras, serras e montanhas, é um grande exemplo disso. Jabó é a tradicional cidade do interior mineiro, mas com uma peculiaridade, este município tem um potencial enorme para voltar a ser uma protagonista no cenário mineiro como em outrora.

Mas para que isso ocorra precisamos mudar, reconhecer os erros do passado, sacudir a poeira e voltar a caminharmos juntos. É preciso escutar a população e seus anseios. Precisamos nos renovar, mas acima de tudo renovar as pessoas que pensam o nosso futuro. Perpetuamos vereadores, revivemos outros, vivemos um jogo de ping pong nas sucessos de prefeitos. Não damos continuidade a projetos. De quatro em quatro anos começamos do zero.

Não temos transparência na gestão municipal, ninguém sabe o que se passa na câmara. O contato da turma do poder com a população, só acontece em período eleitoral. Não existe debate, diálogo com os cidadãos. O mundo mudou, mas as administrações municipais de nosso município, nos últimos anos, não acompanhou este desenvolvimento e ainda se apega ao que foi construído por Coronel Valério, vivemos de suas obras, mas não percebemos que não podemos mais viver do asfalto que ele trouxe.

Jabó precisa de mais, muito mais. Precisa voltar, deixar nosso complexo de vira-lata de lado e crescer. Já perdemos muito tempo, estamos deixando os condomínios fechados engolir nossa cidade e nunca discutimos os méritos, temos obras paradas por toda a cidade e não temos uma explicação. O hospital se perde e nada fazemos para mudar.

Entre tantos problemas, precisamos refletir nosso presente, voltar ao passado e planejar o futuro. Precisamos recuperar nossa história, reconhecer que erramos e buscar novas saídas para os desafios que são apresentados neste momento. Perdemos o foco, mas não perdemos a fé, juntos podemos construir a Jabó que todos desejam.

Somos todos Zé ninguém

ibge-censo-2010-desigualdade-social“Quem foi que disse que Deus é brasileiro?”, “que existe ordem e progresso?”. Aqueles apaixonados por boa música, já devem ter escutado estas frases em algum momento. Muitos com Bruno Gouveia e o Biquini Cavadão. Mas o que tem a ver esta paráfrase em um contexto político?

Bem meus amigos, não somos ministro e nem magnatas. Somos do povo, verdadeiros Zé ninguém… Não somos um Dirceu e muito menos um Genoíno, não vamos contratar os melhores advogados do país. Seríamos condenados sem dó nem piedade caso fôssemos acusados em um escândalo como o mensalão. Por muito menos pessoas perderam a dignidade e o valor. Aqui em baixo, onde costumamos viver, a leis são diferentes, bem diferentes. Muitas vezes se aplica a de quem paga mais, mas ainda existe a da classe social, cor ou do mais forte.

Somos o país das bolsas, bola, bunda e dos estádios padrão FIFA, mas não conseguimos ser o país de escolas, hospitais, transportes público. Muito menos o país da justiça, dignidade, segurança… Mesmo com a constituição mais completa do planeta, executamo-la sem argumentos ou sem critério. O pedreiro Amarildo sumiu e continuamos vivendo como se nada tivesse acontecido. Jornalistas foram mortos no vale do aço e nada foi encontrado.

Esquecemos com facilidade as crueldades que acompanhamos em nossos noticiários, ou alguém ainda se lembra dos garotos João Hélio e João Pedro, de Fernando Guerreiro, de Reginaldo Marcelino e seu sóbrio, Felipe Vizane? Não damos conta da disparidade de nosso país até que ela atinja diretamente nossa família. Centenas de pessoas são mortas no Brasil e suas mortes ficam sem explicação.

Crescemos, não podemos negar, mas ainda não conseguimos ultrapassar a surrealista barreira da desigualdade, do poder para uns e da pena para outros. Ainda nos encontramos em uma linha tênue que, de forma absurda, separa a justiça dos ricos e a justiça dos pobres, como se ela fosse uma pessoa física e fizesse suas escolhas.

Não existe valores, não existe comprometimento, apenas ordem e obrigações em uma linha vertical, onde os paletós de Brasília decidem e nós apenas aceitamos. Criamos cura para doenças que nem existem, criamos mitos que na verdade são bandidos, continuamos votando e perpetuando nossos deputados. Temos medo de quem deveria nos proteger e já não sabemos em quem confiar.

Somos Zé ninguém e, neste momento, ninguém é por nós. Estamos sozinhos em um obscuro túnel onde a luz em seu final já sumiu faz tempo. Vamos mudar esta história juntos.

A desigualdade da federação

protestosO povo foi às ruas, se reuniram e deram um grito de basta. O grito que ecoou no Brasil e no mundo, demonstrou que a sociedade civil brasileira cansou. Cansou dos inúmeros escândalos políticos, da falta de comprometimento da turma de Brasília para com nosso país. Cansou de filas nos hospitais, de escolas desestruturadas, de transporte público caótico, da falta de saneamento básico e de segurança…

Os brasileiros se encontravam marginalizados das decisões políticas do Brasil, não tinham voz, e só são consultados quanto a seus anseios de dois em dois anos, quando temos eleições. As manifestações de junho passado foram um marco para o país. Enfim, as pessoas saíram de uma posição de comodismo para lutarem por seus direitos. Mas o que ninguém percebeu é que os gritos das ruas eram, veladamente, um grito de municipalismo.

As ruas pediram melhores serviços, mas o que a sociedade ainda não entendeu é que, mesmo que o desejo de fazer exista na grande parte dos gestores municipais, será impossível pensar em desenvolvimento do país sem pensar no crescimento dos municípios. Os problemas se encontram nas cidades, único ente da federação que abriga os cidadãos, mas a concentração de recursos, por parte do Governo Federal, e o descomprometimento do Congresso, tornam frágil qualquer tentativa dos prefeitos e prefeitas do Brasil desenvolver suas cidades.

Hoje, a União concentra 70% das receitas do Brasil, enquanto os municípios recebem apenas 17% do bolo tributário do país. As cidades brasileiras se encontram em uma crise financeira alarmante, com poucos recursos e muitas demandas. Os gestores municipais não aguentam mais receber demandas sem que seja apresentado, junto com elas, a fonte de financiamento.

Parece irônico ou contradição, mas talvez seja o momento da sociedade também lutar por um novo pacto federativo, com uma redivisão do bolo tributário. Talvez seja o momento da sociedade brigar não apenas pelos desejos que sempre foi de nosso interesse, mas por suas cidades. É preciso dar um basta a todas as ações que oneram as cidades, ou vamos continuar sem serviços de qualidade, saúde e sem educação.

Enquanto os recursos se mantiverem em Brasília, teremos mais escândalos, corrupção e desvios. Não que a desconcentração das receitas na Capital Federal irá acabar com tudo isso, mas ao menos será mais fácil de fiscalizarmos. Caso os recurso cheguem a nossas cidades, os prefeitos perderão o argumento de que não existe verba e poderemos cobrar melhores serviços. É preciso aproximar os recursos dos problemas, e hoje os maiores problemas do país estão nos municípios.

Como já dizia o saudoso Chorão, “para que uma sociedade com saúde, educação e barriga cheia, se pessoas ignorantes, doentes e com fome é mais fácil de ser manipulada?”. Quem tem o poder de mudar o Brasil e sua cidade é você. Vamos escrever uma nova história.

Gentileza e microrrevoluções

DSC07471Ontem, 13 de novembro foi o Dia Mundial da Gentileza. Gentileza no dia a dia deveria ser prática constante na vida das pessoas, gente mal humorada ninguém merece. Assisti a uma palestra da Leila Ferreira, apresentando seu livro “A arte de ser leve” e ela contou uma história interessante que ilustra bem como temos sede de gentileza: Certa vez em um quartel, havia um general que todos os dias, pela manhã, gritava asperamente com seus soldados. Nunca estava satisfeito com a formação por mais dedicados que fossem. Um dia um aspira questionou ao tenente que acabara de sofrer uma sova do general, porque o oficial de alta patente estava sempre tão irritado e certamente ele respondeu: nosso general calça sapato um número a menos, ou seja, sapato SEMPRE apertado, de maneira que ele sempre que sente dor em seus pés, se lembra que precisa destruir e desestabilizar o próximo, no caso, a tropa.

Refleti sobre esse episódio e o repliquei às nossas cotidianas vidas. Quantas e quantas vezes temos a oportunidade de flexibilizar, mas deixamos um sapato apertado nos importunar? A ira nos contamina de maneira que ficamos coléricos e atacamos sem pensar nosso próximo.

E a dita gentileza permeia por caminhos que nem imaginamos. Ela perpassa pelo amor ao próximo, comprometimento, respeito, e principalmente, paciência. Ser gentil é se importar sem precisar “forçar a barra” porque vem acompanhado de sutileza; é natural quando praticada diariamente. Não tira pedaços, não dilacera a alma. Quer ser gentil tente sorrir com os olhos, dê um aperto de mão confiante, um bom dia, deixe o celular de lado ou o computador quando alguém for conversar com alguém, afinar a audição é reaprender a ouvir, agradeça. Mas tem práticas que são mais severas e exigem muito de nós: gentileza no trânsito é um exemplo clássico; (quem nunca?). Quer algo mais gentil do que saber requisitar nossos direitos? Sabemos fazer de maneira polida, embora alguns de nossos governantes tirem de nós, desumanamente, a dignidade da pátria mãe gentil. Cabe a nós se manifestar e ir na contramão da violência moral que assola e, por vezes, nos iguala aos que se prestam dirigir nossa nação e nos envergonham com tamanha falta de gentileza e zelo.

Ainda bem que existem muitas pessoas que acreditam que gentileza vale à pena, entre elas o movimento Coletivo Gentileza, em Belo Horizonte, que acredita “que a mudança que a gente deseja para o mundo começa com as microrrevoluções nossas de cada dia!”. São movimentos com esse sentimento, que começam a fazer pequenas transformações e podem modificar o mundo;  fazer a diferença na vida das pessoas. Como diz o Profeta: “Gentileza Gera Gentileza!”  É um ciclo positivo e vamos fazer nossa parte, contaminar o mundo com as ações que tragam o bem.

Democracia X Ditadura: Contradições da politica Jaboticatubense

58642_100112076718448_3705559_nJá fazem sim, 20 anos que Jaboticatubas está parada na história e no tempo, assim como fazem 20 anos que a juventude jaboticatubense alienou-se politicamente. A juventude que tanto atuou na administração 83-87 já não é mais jovem, e aqueles jovens que agora estão no poder não mantiveram a empolgação juvenil “coronelista” de nossa melhor gestão.

Jaboticatubas é realmente um lugar diferente, peculiar, que se contradiz até mesmo na política. Digo isso, pois a nossa melhor administração foi de um “Cororonel”, um militar, que contradizendo ao momento de transição da ditadura para a democracia, dirigiu a Administração mais “democrática” de nossa cidade, compatível com preceitos fundamentais da democracia, de grande participação popular, e uma doutrina política condizente com uma Constituição que sequer havia sido promulgada.

E com o advento da Democracia retornamos à uma “Ditadura” de interesses individuais, onde dois lados se alternam no poder para satisfazer os interesses obscuros daqueles que governam no momento. Em nossa cidade houve sim um “golpe de estado”, onde os “interesses de uma minoria” derrubaram os princípios basilares de uma democracia que se ergueu no restante do país desde então. A “dignidade da pessoa humana” e o “alcance do interesse público” ficaram de lado, e os munícipes inertes diante deste triste “pingue pongue” de interesses.

E onde está juventude desde então? Calada, acuada, mantida na falsa ideia de uma “democracia”, onde o mesmo é manipulado de tempos em tempos a devolver a Prefeitura para aqueles que ficaram afastados dela por 04 anos.

A difícil tarefa de derrubar essa “ditadura” municipal é da Juventude Jaboticatubense, e mesmo que estejamos desiludidos, não podemos desanimar, devemos ser protagonistas da nossa própria história, pois os “ditadores” querem que tudo permaneça como está, mas devemos acordar novamente para o modelo da “Democracia Coronelista” de Jaboticatubas.

Entrevista Cristiana Lôbo

Cristiana LôboCristiana Lôbo é uma das mais conceituadas jornalista na cobertura políticas do Brasil. Hoje, ela atua como correspondente da Globonews em Brasília. Acompanha a política brasileira desde 1982. Cobriu os governos João Figueiredo, José Sarney, Fernando Collor de Melo, Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva. Atualmente, comenta os bastidores de Brasília, as decisões do governo federal e as negociações com o Congresso. Hoje, ela conversou com o Criando Pólis.

A jornalista falou sobre as manifestações populares ocorridas em junho, da corrida eleitoral de 2014 e d cenário que se desenha para o próximo ano.

01-   Qual a sua opinião sobre as manifestações populares de junho passado?

Foi nitidamente uma manifestação, uma expressão de descontentamento. Acho que começou com um descontentamento com a qualidade dos serviços públicos e isso foi mudando e no lugar de ir evoluindo foi se retraindo porque no lugar de mais pessoas começou um novo movimento de menos pessoas e mais violência. De qualquer maneira é uma situação de alerta para os homens públicos. O começo das manifestações pela melhoria da qualidade do serviço público é um alerta também para os governantes. Entretanto, se transformou em vandalismo, depredação, e que exige uma ação firme dos entes públicos, enfim, dos órgãos de segurança, dos governos dos estados e dos municípios.

02 – Você acredita que os movimentos de rua irão ter algum efeito nas eleições?

É preciso esperar para ver como o movimento se assenta. Na verdade foi um movimento que atingiu a todos que governam, de todos os partidos. Então não podemos dizer que é uma coisa direcionada a partido A ou a partido B. Atingiu muito ao Governo Federal, os governos estaduais, mas com cobranças em cima dos governos municipais e que tem ainda um prazo para responder estas demandas e superar politicamente eventuais desgastes. Porém, os municípios também precisam ter as condições para responder estas demandas, o que não ocorre atualmente.

03 – E o cenário eleitoral de 2014, como você vem acompanhado as movimentações?

As movimentações começaram muito cedo, a pré-campanha foi muito antecipada.  Agora, o que isso vai resultar ainda é difícil de fazer uma previsão. No ano que vem a partir do mês de junho, quando os partidos lançarem efetivamente os seus candidatos, ai acredito que começa, efetivamente, a disputa. Os partidos têm hoje pré-candidaturas que podem até, eventualmente, serem substituídas. Então, apenas no próximo ano, é que nós vamos ver estas cenas que estão postas ou se serão aqueles outros que estão muito perto dos líderes de seus partidos, para ver como vai ser no próximo ano. O fato é que isto atinge a todos, a todos os partidos, todos os pré-candidatos tem uma sombra atrás.

04 – Você acredita que pode surgir um novo nome para as eleições do próximo ano?

Olha, não houve filiação partidária de nomes novos na política. Não se tem novos nomes na política, então os candidatos são estes, o que pode haver é uma troca de um pelo outro, mas eu acredito que os candidatos serão mesmo estes que estão ai postos, mas é preciso que isso seja oficializado.

Quem vai decidir é você

Blog 01As eleições presidenciais de 2014 ganham diferentes contornos a cada dia. Com novos atores sendo apresentados a todo o momento, vem sendo estimulante e ao mesmo tempo difícil de fazer qualquer previsão sobre o pleito do próximo ano. A população ainda não se convenceu se seria melhor ter o PT por 16 anos, acreditar em um discurso populista do PSDB, ou em uma potencial renovação de Campos e Marina. Certo é que a sociedade ainda não tem uma opinião formada do que deseja para os próximos anos, demonstrando que diversas variáveis ainda podem surgir até a largada da corrida eleitoral.

Dentro destas alternativas, a pergunta que surge é: Como pode refletir nas eleições uma eventual conquista do mundial pelo Brasil? E se não ganharmos? Como nossa sociedade vai reagir devido aos altos investimentos feito pelo Governo Federal para a realização do evento? Gastamos bilhões em estádios com padrão FIFA, alguns se tornarão verdadeiros elefantes brancos. Enquanto isso, nos hospitais, as filas são intermináveis, a mobilidade urbana tem sido inexistente, e a inflação ainda se encontra acima da meta estipulada.

E nossos candidatos? Seja para senador, deputado, presidente ou governador, quem é o melhor? Será que deles realmente se diferem um do outro? De nossos eventuais presidenciáveis, qual realmente tem uma proposta concreta e real? Alguém pode trazer lago inovador para a nossa monótona corrida eleitoral? Ainda continuamos subdivididos em dois pólos, e nos surpreendemos com uma terceira opção, que geralmente não encontra força o suficiente para incomodar PT e PSDB. A direção aponta para o mesmo caminho e será mesmo que este caminho é o certo?

E o cidadão? Como a sociedade vai reagir ao pleito do próximo ano? As manifestações de rua vão chegar às urnas? Ou vamos continuar gritando na rua e nos calando nas urnas? Os discursos prontos serão novamente enfiados goela a baixo? Teremos discernimento o suficiente para observarmos o histórico de cada um e seus serviços prestados as cidades, os estados e ao país?

Mas antes de qualquer resposta a essas questões, temos que responder a nós mesmos: Quais são as nossas prioridades? Quais são os nossos anseios? O que realmente gostaríamos que fosse discutido durante a campanha eleitoral?  Saúde, educação, segurança, economia? E o que a sociedade espera do seu governante? Melhores prestações de serviços públicos? A economia crescendo? Geração de emprego e renda?

Existem muitas respostas para cada uma destas perguntas. As pesquisas fazem a leitura do momento, mas ainda podemos ter muitas surpresas até o início da campanha eleitoral. Precisamos ficar atentos, mas antes de qualquer coisa, o cidadão, o povo, o brasileiro de verdade vai ser sempre o protagonista desta corrida. Quem decide é você…

A palavra é: Comprometimento

060911-scrumtoon-portuguese-brazilCerta vez tinha um paquera e o convidei para almoçar. Era uma quinta-feira e marcamos de nos encontrar no sábado, próximo. Seria um almoço em um restaurante no bairro ao qual resido. Encontro marcado para às 15h. Lá vou eu toda maravilhosa, com aquela expectativa que toda mulher que está conhecendo um cara tem (até o imagina já lá no altar esperando, linda de véu e grinalda, #soquenão). Sentei, pedi a minha entrada de sempre. Embora estivesse 10 minutos atrasada, o rapaz ainda não tinha aparecido. Aos 15 minutos de espera sentada à mesa alguém apareceu; era o garçom com o pão pizza que havia pedido. Peguei o celular e comecei a ligar (odeio sms); mandei 2 torpedos (Oi! Você está chegando?). Esperei por mais 15 minutos e percebi que o “bolo” estava dado. Mas o orgulho bateu forte e resolvi ficar; enfrentar que EU estava ali sozinha. Abri o menu e pedi a porção de almoço individual. Enquanto aguardava o pedido chegar, tentei me distrair lendo um livro que por sorte estava na minha bolsa. E por duas intermináveis horas fiquei ali, que nem “Pedro Pedreiro” até que me dei conta que o danado do gajo ali não apareceria.

O comprometimento dos outros difere. No dicionário Aurélio diz que comprometer é 1. Obrigar por compromisso. 2. Implicar; envolver. As pessoas possuem valores diferentes, o que tenho de valor e considero de extrema importância, definitivamente não é parâmetro para outra pessoa. E viva a diferença. Tenho acompanhado algumas leituras que retratam a relação que o universo feminino tem com o masculino. Confesso que busco um entendimento mais aprofundado sobre o que permeia o sexo oposto e é muito difícil entender o que fazer em determinados momentos em que existe uma atração evidente entre um homem e uma mulher. Mas o que vou discutir neste momento é o valor da história acima: comprometimento. Para Christie Hartman, em seu livro com título (nada sugestivo): “O Problema não é ele, é você!” ela cita que o homem quando honra seus compromissos ele tem caráter “e respeita o tempo dos outros, aparecendo na hora marcada, ligando no horário combinado, cumprindo prazos, observando datas; se não tem como honrar um compromisso, ele dá um jeito de avisar. (…) Marcar um dia para sair com alguém é um compromisso – não importa se os demais detalhes do encontro tenham sido combinados ou não. (…) Não dê confiança a quem não honra compromissos, seja um simples telefonema ou um encontro previamente agendado. Ignorar o combinado, além de falta de respeito e de educação, é sinal de imaturidade”, afirmou a escritora.

Comprometer-se permeia todas as esferas da nossa vida; tais como: profissão, família, relacionamento, social, etc e se somos fiéis fervorosos do comprometimento, será preciso um exorcismo para que possamos nos flexibilizar. Não é fácil; páreo duro. O tempo todo somos obrigados a praticar o exercício de paciência quer seja com o fornecedor que não pode entregar o material no prazo, no tempo certo, ou o colega de escritório que possui um estilo de trabalho diferente, ou a namorada/esposa que se atrasa sempre que se apronta para sair. E comprometidos que somos, perdemos energia rica, furiosos por conta da falta de compromisso. Acredito que as mulheres sofram mais. Nos antecipamos pela idealização. Marcamos um encontro na segunda-feira com o positivismo de que no sábado estaremos lá, lindas e poderosas. E durante a semana, são reflexões longas e profundas de como se vestir, como se portar, expectativas que aumentam à medida que a semana passa e o tão esperado encontro está prestes a acontecer sempre seqüenciado de um receio absurdo que causa um vazio e borboletas na barriga. A possibilidade do universo masculino desdenhar do encontro e optar pelo churrasco na casa da turma da cerveja e do futebol é imensa. E a falta de comprometimento causa decepção e desapontamento; e, ainda, a fúria que deixo por minha conta risco. Um recado para os rapazes que gostam de desmarcar encontros: as mulheres se antecipam porque se planejam. Embora saibam improvisar muito bem, mas se vocês têm um compromisso saibam cumprir ou se antecipem. Costumo dizer que o que uma pessoa faz com a outra, é o reflexo do que ela faz consigo mesma. Me inspiro na história do porco e da galinha onde temos o comprometido e o envolvido: a galinha e o porco montaram uma empresa de omelete. A galinha entraria com os ovos e o porco com o bacon. Nessa história fica claro que a galinha está envolvida e o porco comprometido. Pra fechar, cito Confúncio: “espere muito de ti e pouco dos outros, assim evitarás aborrecimentos.” Vamos praticar a boa educação, o que é combinado não sai caro. Vamos combinar? Se comprometa!

Porque a Dilma voltou?

dilmaveVamos lá, quem já acompanhava a presidenta nas redes sociais sabia que ela mantinha uma frequência invejável de postagens e tweets, haja vista que sua última aparição em redes sociais havia sido há míseros 32 meses. Tudo bem, deixando as ironias de lado e aceitando que ela não era das usuárias mais assíduas, o que justificaria tamanha hiperatividade mostrada nas últimas semanas?

Bom, vamos por partes. Em setembro, a presidenta se encontrou com o personagem “Dilma Bolada”, sátira feita por Jeferson Monteiro, que é um sucesso nas redes sociais. Assim, Dilma Rousseff voltou a ficar online e retomou a rotina de postagens e tweets de forma frenética, com uma média de quase 11 mensagens ao dia em sua conta no Twitter, que já beira os 2 milhões de seguidores. Além disso, ela já tem uma conta no Instagram e passou a atualizar sua página no Facebook que leva seu nome. Com isso, a presidenta voltou a ser uma das lideranças mais influentes da web, ganhando mais de 40 mil “amigos” no Facebook e mais de 90 mil seguidores no Twitter.

Já deu para entender, não é? Tudo não passa de estratégia. O governo está apostando nas redes sociais para reposicionar a imagem de Dilma Rousseff, que sofreu uma queda brusca de popularidade depois das manifestações de junho, que foram mobilizadas justamente nas redes sociais. Somam-se a isso os interesses eleitoreiros de Dilma, que já prepara o terreno para sua reeleição e teremos uma justificativa mais que suficiente para o ressurgimento da presidenta nas timelines dos seus fãs e seguidores.

A chefe de estado brasileira era do tipo que “ficava on” na época eleitoral e depois desaparecia. Mau exemplo que propiciou a grande surpresa diante das manifestações, já que, como não dava a devida atenção às redes sociais, não reparou que o “gigante” estava levantando. O pensamento analógico do governo, em que os representantes não interagem com seus cidadãos, expôs falta de preparo dele para esse novo cenário.

De repente, não só Dilma, como vários políticos, descobriram a importância de sua presença digital e passaram a dar atenção especial a ela. Mesmo com a grande maioria da população brasileira não tendo contato consistente com as mídias sociais, ficou claro que o poder delas não pode ser desprezado.

Apesar de ainda não existir nada que comprove a influência das redes sociais sobre o voto é evidente a importância delas como canal de comunicação e é o que se espera que os políticos entendam. Eles não podem mascarar a realidade nelas, então, porque não falar através dela? Falar com quem os elegeu? Tem coisa mais primária num regime democrático?